
O ato de se alimentar é natural, faz parte da cultura e envolve troca de experiências, afetos e memórias. Nesse sentido, resgatar, preservar e fortalecer a cultura culinária e agricultura familiar da região faz parte de um compromisso social, do povo com o povo, a ser incentivado pelo poder público.
Pensando nisso, as produtoras da Cozinha Escola Comunitária do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) decidiram participar do 1º Festival de Quitutes e Quitandas das Serras, que será realizado nos dias 10 e 11 de setembro, na praça Silviano Brandão em Viçosa (MG), com apresentações culturais como congado, capoeira e atrações musicais durante todo o evento.
Para Efigenia Pereira, que já possui mais de 15 anos de experiência e atualmente é uma das produtoras da Cozinha, o Festival é mais uma oportunidade para apresentar as receitas que elas vêm desenvolvendo: "Uma oportunidade para as pessoas verem que tem muita coisa diferente que não precisa de ir ao mercado”, afirma.
O evento é promovido pelo Circuito Serra de Minas com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, através do Departamento de Turismo da Prefeitura Municipal de Viçosa (PMV).
Programação
Confira a programação completa abaixo e mais informações nas mídias sociais da PMV.
Sábado (10)
10h - Abertura
11h - Fanfarra (Divinésia)
13h - Trio Sertanejo
15h - Apresentação do Grupo de Congado de Ubá
Domingo (11)
13h - Grupo de Capoeira
14h - Banda Sociedade Musical Amantes da Lira (Guiricema)
17h - Congado de Canaã Romualdo Ferreira
Cozinha Escola Comunitária do CTA-ZM
A agricultura familiar camponesa possui um papel importante na produção de alimentos e no combate à fome no Brasil. No entanto, enfrenta diversos desafios como o processamento dos alimentos, a adequação sanitária e o escoamento da produção.
Assim, o objetivo do projeto, que deu início ao desenvolvimento da cozinha escola comunitária na sede do CTA-ZM, foi promover um espaço adequado para que os empreendimentos econômicos da agroecologia e da economia solidária e os grupos produtivos de mulheres pudessem beneficiar os seus produtos, seguindo as normas da legislação sanitária, garantindo qualidade e segurança para os consumidores.
Efigênia Gomes compartilha também em conversa a oportunidade que a cozinha proporciona às pequenas produtoras e produtores. “Porque na casa da gente, para adequar e a vigilância sanitária aprovar, é muita burocracia. Tendo a cozinha, a gente reveza e usa. Porque ela é toda legalizada, higienizada e dá para as pessoas produzirem”.
Além disso, a iniciativa promove um maior reconhecimento e a possibilidade de inserção em outros mercados e supermercados, no município e em todo o estado, aumentando o volume de vendas e a geração de renda das famílias de base agroecológica.
Autora: Michele Sotero
Fotos: Vanessa Maciel