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Pandemia de covid-19 é tema de série especial do podcast Nossa Prosa

Mais de 560 mil brasileiras e brasileiros morreram de covid-19 até o momento no Brasil. O país ocupa o segundo lugar no ranking mundial de vítimas. O avanço da vacinação, com cerca de 22% da população totalmente imunizada e cerca de 52% já tendo recebido a primeira dose do imunizante, possibilitou uma queda considerável no número diário de casos e mortes, mas as medidas de segurança ainda devem ser praticadas, especialmente o uso de máscara e o distanciamento social.

É necessário ressaltar que além da doença responsável pela crise sanitária, o povo brasileiro sofre outras consequências graves da pandemia que se soma a crise política, econômica e humanitária. Diante desse cenário, especialistas afirmam que o Brasil vive uma sindemia.

A médica infectologista, professora e pesquisadora, Doutora Lia Giraldo explica que “sindemia são as interações biológicas, sociais, econômicas, ambientais, políticas, entre outras que aumentam a susceptibilidade das pessoas adoecerem e morrerem de modo diferenciado no contexto de vida e de trabalho”.

É correto afirmar que a sindemia é mais prejudicial à população que está em situação de vulnerabilidade social, como as populações periféricas, povos tradicionais e pessoas negras. A agricultora urbana, Eliana Oliveira mora em São João Del Rei e vive uma série de dificuldades provocadas pela sindemia, como a insegurança alimentar.

“Nós pobres, pequenos agricultores estamos preocupados com o nosso estômago, se amanhã a gente tem uma comida na nossa mesa pra gente almoçar ou jantar. A situação está tão precária que a gente fica matando um leão por dia. Com um dinheirinho na mão você já tá preocupado se vai pagar sua luz, se vai dar pra comprar o seu botijão de gás”.

O relato da Eliana representa a realidade de muitos. Uma pesquisa feita pela Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade de Brasília mostrou que 59,4% da população brasileira não está comendo em quantidade e qualidade ideais. Em 2020, 19 milhões de brasileiros passaram fome.

O auxílio emergencial pago pelo Estado demorou a chegar e não alcançou a todos que precisavam do dinheiro, além disso, mais de 14 milhões de pessoas estão desempregadas.

O aumento no preço dos alimentos contribuiu para o agravamento da situação de fome. Um estudo da Universidade de Oxford mostrou que o Brasil é o país onde os preços dos alimentos subiram mais depressa durante a pandemia. Quem vai ao mercado sabe que o poder de compra está cada vez menor. Em um ano, o quilo do arroz subiu quase 70%; o feijão preto 51%; a batata 47%; enquanto a carne, quase 30% e o leite, 20%.

Para as comunidades quilombolas e os povos indígenas a pandemia também evidenciou o racismo institucional e a negligência às suas necessidades específicas tem tornado a pandemia mais desgastante para essas populações que precisam lutar por uma assistência mínima, e pelo respeito aos seus direitos. Além disso, a invasão dos territórios se tornou mais um enfrentamento, especialmente para os povos indígenas que além de vivenciar a pandemia e a fome, ainda enfrentam a violência de grileiros e madeireiros.

Série especial Nossa Prosa

A sindemia e a pandemia da fome são alguns dos assuntos tratados na série especial sobre a pandemia de coronavírus no Brasil, feita pelo podcast Nossa Prosa nos meses de abril e maio de 2021. Palavras e expressões que passaram a fazer parte do nosso vocabulário, nesse contexto, a importância do SUS, a urgência da vacinação para toda a população, e a maneira como os povos indígenas e quilombolas estão enfrentando a pandemia também fizeram parte das prosas. Dividida em sete episódios, a série tem o total de 2 horas e 13 minutos e tem 16 convidados representantes da ciência como médicas e uma nutricionista, agricultoras e agricultores e lideranças quilombolas e indígenas.

Os programas podem ser acessados gratuitamente pelo Soundcound e pelo Spotify.

 

Confira os episódios e convidados de cada prosa:

Minidicionário em tempos de pandemia 


Sindemia de coronavírus 

Participam desse episódio: a médica Lia Giraldo e a agricultora urbana, Eliana Oliveira

Nós defendemos o SUS

Participam desse episódio: as médicas Lia Giraldo e Tatiana Miranda e a agricultora agroecológica, Sônia Teodora.

Vacina gratuita para toda a população já!

Participam desse episódio: a médica Tatiana Miranda, a agricultora agroecológica Sônia Teodora, a liderança quilombola Rosomari Silva e o membro da diretoria do CTA-ZM, Ivo Jucksch.

Pandemia da Fome

Participam desse episódio: a nutricionista, conselheira do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais e colaboradora do CTA-ZM, Regina Oliveira (Aguinha) e a Conceição Maria do Carmo (Tutuca), agricultora familiar, quituteira, educadora popular da Rede Mineira de Educadores Populares em Economia Solidária (REMEEPS)e também conselheira do Consea Minas.

Povos indígenas na pandemia

Participam do episódio:Juliana Alves, do povo Jenipapo-Kanindé, Alessandra Korap, do povo Munduruku e Edilene Machado do povo Xanenawa.

Comunidades quilombolas na pandemia

Participam do episódio: Sandra Andrade, diretora executiva da Conaq - Coordenação de Articulação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas; Graça Epifânio, gestora da pasta de saúde da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais, Edna Correia, vice-presidente da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais, Julius Keniata membro da Rede Sapoqui, e Eder Fonseca, liderança da comunidade quilombola Vó Elvira, de Pelotas no Rio Grande do Sul.

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