A Marcha Mundial de Mulheres (MMM) é um movimento feminista presente em 96 países, iniciado a partir de uma manifestação em 1995, quando 850 mulheres marcharam 200 Km pedindo “Pão e rosas”, no Quebec-Canadá. Esta ação marcou a retomada das mobilizações de mulheres nas ruas e a conquista de alguns direitos, por meio da auto-organização.
A MMM no Brasil começou em 1999, reunindo mulheres do meio urbano e do campo. Desde então são construídas ações, como a Marcha das Margaridas, importantes para afirmar o movimento feminista como ferramenta de transformação da sociedade machista, patriarcal e racista.
A cada cinco anos, a MMM realiza, nos diversos países onde se encontra organizada, uma ação internacional para denunciar o patriarcado e garantir mais direitos para a vida das mulheres. A última ação ocorreu em 2010, quando três mil mulheres caminharam, durante 10 dias de Campinas a São Paulo, dialogando com a população por onde passava, sobre a necessidade de superação das opressões sofridas pelas mulheres.
O ano de 2015 será marcado pela IV Ação Internacional da Marcha Mundial de Mulheres. O lema que colocará milhares de mulheres em movimento pelo mundo é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, a fim de fortalecer a defesa dos “territórios das mulheres”. Territórios estes que abrange desde a autonomia dos nossos corpos, até os nossos locais de morada e de trabalho.
Em Minas Gerais, a IV Ação acontecerá em Varzelândia, em parceria com o Coletivo de Mulheres do Norte de Minas, entre os dias 17 a 19 de abril. Nessa região há intensa atividade de mineração para a extração de minério de ferro, ouro, bauxita e urânio. A atividade traz impactos ambientais e econômicos para a população local. Os principais problemas ambientais são: poluição da água por lama e do ar por arsênio, degradação do solo, desmatamento, e prejuízo da fauna local. Em um momento de crise hídrica, que tem colocado em alerta toda a população, não é possível ignorar o prejuízo ambiental desta atividade.
Cerca de cinco mil mulheres estarão unidas, com o objetivo de denunciar os impactos diretos gerados por este modelo de desenvolvimento alicerçado na exploração dos recursos naturais, do trabalho e do corpo das mulheres. Devido ao aumento populacional nas cidades próximas em que se encontra a extração, os casos de violência contra as mulheres e a prostituição se elevam, agravados pela desigualdade na oferta de emprego. Esses prejuízos passam despercebidos no meio da política institucional, uma vez que as mineradoras têm grande participação no financiamento de campanhas eleitorais dos representantes locais.
A IV Ação será um momento importante para denunciarmos os malefícios da mineração e fortalecer a luta das mulheres por políticas contra as violências sofridas pelas mulheres; geração de outras fontes de renda que não a prostituição, além do fortalecimento de uma reforma política, que impeça o financiamento privado de campanhas. Está prevista ainda, durante a Marcha, a realização de uma feira agroecológica e solidária, para visibilizar a diversidade produtiva das mulheres e a importância econômica dela para a agricultura familiar em Minas Gerais.
Entenda como vai ser a 4ª Ação Internacional da MMM e venha marchar com a gente!