
O Candeeiros de Luz aconteceu no dia 21 de abril (na propriedade dos agricultores agroecológicos Vera e Amauri, em Espera Feliz) e reuniu crianças, jovens, professorxs, técnicxs e agricultorxs para um grande encontro de trocas de experiências, celebração e fortalecimento da agroecologia na Zona da Mata mineira.
Para Amauri, neste momento em que há tantos desafios e tanta escuridão, é necessário refletir, reacender a chama e recomeçar: “Talvez essa seja uma das primeiras vezes que a luz está se fazendo tão forte que a gente consiga ver as sujeiras que existem na política, mas isso vai criando essa descrença na sociedade. Eu acho que a gente não pode ignorar, fazer de conta que as injustiças não tão acontecendo, mas não podemos também acreditar que tudo está perdido. A gente tem que fazer desse momento uma oportunidade de ressurgir, de renascer, então a ideia do Candeeiros de Luz é encerrar um ciclo de choro, de lágrimas, pra começar a tomar essa história nas mãos de novo. A chama está nas nossas mãos, ninguém vai tirar ela de nós”, afirmou.
A programação do encontro contou com oficinas de Abayomi, produção de estandartes para o IV ENA, plantas medicinais, mudas e sementes crioulas, além de biodança e instalações artístico pedagógicas representando a agroecologia como ciência, prática e movimento.
Segundo Yolanda Maulaz, que coordenou a oficina de mudas e sementes crioulas, agricultores e participantes trouxeram uma grande variedade de plantas (tanto de árvores nativas, frutíferas e ornamentais, quanto plantas medicinais, sementes de flores e culturas anuais), além de muito conhecimento tradicional vinculado. “Houve muita participação de todo mundo, a oficina agregou muitas pessoas e o povo ficou bem envolvido na nossa troca de mudas, sementes e conhecimentos. Além da feira de sementes no IV ENA, também ficou marcado deles participarem da Troca de Saberes, em julho na UFV; e da oficina sobre raças de milho que vai acontecer dia 12 de maio, em Divino”, disse.
No Candeeiros de Luz também teve música, poesia, intervenção artística, folia de reis e um espaço para a celebração do amor, já que o casal Vera e Amauri estavam completando 25 anos de união. Os fachos com as luzes da candeia foram acesos para simbolizar a força do movimento agroecológico na nossa região (com representantes dos povos tradicionais, sindicato, universidade, CTA e diversos parceiros).
“Quais as luzes que a gente traz pra esse momento? São essas luzes que vão clarear o nosso caminho pra frente e o envio que a gente quer fazer para o encontro nacional da agroecologia. O fato do Candeeiros ser numa propriedade agroecológica, vem reforçar também essa questão da resiliência e da resistência da agroecologia – de não usar o veneno, de trabalhar de forma ecologicamente correta, é um pouco dessa ideia”, concluiu Amauri.
Fonte: (Imagens: Priscila Schultz e Wanessa Marinho)