
A presidente da cooperativa, Angela Goulart, explica que essa parceria só foi possível porque a Cooapra já tinha um contrato com a prefeitura para entrega de alimentos para a alimentação escolar por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “Mas quando as aulas pararam (por causa do Coronavírus), depois de alguns dias os agricultores começaram a relatar que estavam perdendo os alimentos, que tinha chegado a época de colher e não tinha o que fazer”. Em diálogo com a Secretária de Educação e com o apoio da prefeitura foi possível comprar kits agroecológicos da agricultura familiar para distribuição para as famílias. Os 371 kits continham banana, laranja, abacate, limão, mexerica, fubá, mandioca e chuchu.
Ângela destaca o quanto a iniciativa foi importante e contribuiu para as famílias agricultoras que estavam perdendo as frutas no pé. “Na verdade, como os nossos produtos são agroecológicos e até orgânicos, nós temos que respeitar a época da colheita. Laranja, por exemplo, é de abril no máximo até junho. A banana agora no frio diminui um pouco, mas a gente ainda consegue ter o ano todo. Muitas vezes as pessoas da cidade não entendem isso, mas nós temos que respeitar a natureza e a época dos produtos. Isso sempre foi respeitado nas escolas que acessam o PNAE. Agora no mês de maio, além do fubá vai ter o feijão. Talvez não tenha chuchu, mas a gente vai complementar com inhame porque vai ser a época de colher”, ela explica.
Como a feira do município está suspensa também por causa do Coronavírus, essa é a oportunidade que as famílias agricultoras têm para vender os seus produtos. A Secretaria de Agricultura apoiou na distribuição dos alimentos para os estudantes da rede municipal que vivem na zona rural, entregando os kits na casa de cada um deles. No caso dos estudantes da zona urbana, as entregas foram realizadas nas escolas.
Neste mês de maio o CTA-ZM, junto com parceiros, também contribuirá para a compra e montagem de cestas de alimentos na região a partir da produção de diversas famílias agricultoras ligadas ao movimento agroecológico. Esse é o momento de nos unirmos e buscarmos alternativas baseadas na empatia e na solidariedade, de nos alimentarmos melhor e de respeitarmos a natureza - como bem destacou Ângela.
Autor: Wanessa Marinho