Na segunda-feira, dia 02, o Programa de Organização Econômica e Acesso a Mercados, coordenado por Glauco Regis, promoveu um encontro Slow Food no CTA. Entre os participantes estavam técnicos da instituição, professores da UFV, membros da equipe do Projeto Mais Gestão, parceiros da Rede Raízes da Mata, colaboradores, amigos da Violeira, e Marcelo de Podestá (facilitador Slow Food da Regional Sudeste).
De acordo com Glauco Regis, o grande objetivo do encontro foi promover um debate sobre essa rede mundial chamada Slow Food, que tem a alimentação como um ponto central sob a perspectiva da resistência e da valorização cultural. “A valorização da cultura local já é uma prática que o CTA e os nossos parceiros adotam na região, sem saber dos conceitos do Slow Food e sem fazer parte dessa rede mundial. Então a proposta do debate de hoje é sugerir que o CTA passe a se integrar nisso junto com outras organizações parceiras como a Rede Raízes da Mata, por exemplo”, explicou.
Para Marcelo de Podestá, o encontro no CTA “foi uma surpresa linda”. “O debate aqui no CTA está muito vivo e acontecendo todos os dias. Nós podemos falar de gastronomia, de comida, de chef...mas o alimento tem que vir de algum lugar. E para que ele seja limpo, tem que ser agroecológico, e para que seja justo, as pessoas tem que estar envolvidas. Eu acho que todo o conceito do Slow Food é a base do trabalho do CTA e aqui eu vejo a concretização de tudo o que o Slow Food trabalha, na realidade. Isso é maravilhoso”.
Marcelo também contou que o seu trabalho com a rede Slow Food teve início em 2010, quando estava na Itália fazendo um mestrado em História e Cultura da Alimentação. “Durante esse período eu conheci o Mercado da Terra, de Bologna, que é um dos grandes mercados da rede Slow Food, e comecei a trabalhar em um projeto junto com os produtores. Aí eu voltei pra cá, montei um grupo em Belo Horizonte, e com todo esse histórico acabei que assumi esse papel de articulador regional”.
Ele ainda destaca que existem cerca de 50 grupos de convívio Slow Food no Brasil e para quem quiser participar, o primeiro passo é se aproximar dos conteúdos da rede que estão disponíveis na internet. “A rede está bem ativa na internet. Tem o site do Slow Food Brasil, o Facebook, o Instagram que funcionam também como ferramenta. E aí é só se aproximar, conhecer a rede, se inscrever e montar um grupo. É uma coisa muito simples”, afirmou.
Sobre o encontro realizado no CTA e os próximos passos da instituição, Glauco afirma que embora a mobilização para o evento tenha sido feita de forma muito rápida, basicamente por e-mails, a resposta foi bem positiva. “Esse evento mostrou que as pessoas tem interesse nos temas cultura, alimentação e agroecologia. Eu estou extremamente feliz pela quantidade de pessoas presentes, pelos depoimentos que apareceram, pelo envolvimento e pelo nível de compreensão que todos tiveram. Nós não conseguimos fazer uma mobilização intensa, hoje aqui tinham basicamente técnicos, então os próximos passos são: discutir isso com agricultores e agricultoras da região, saber o que eles acham, o que eles identificam como outros espaços, e avançar na discussão do registro de algumas experiências como grupos de convívio do Slow Food”.
O que é Slow Food?
O Slow Food é uma associação internacional sem fins lucrativos fundada em 1986 como resposta aos padrões seguidos pelas redes de fast food e aos alimentos consumidos desta forma. O movimento conta hoje com mais de 100 mil associados, em 150 países, buscando unir o prazer da alimentação com a consciência ambiental e a responsabilidade social.
O nome Slow Food faz referência à proposta de um novo tipo de gastronomia, que começa com a escolha dos alimentos e a forma de produção, passando pelo respeito ao meio ambiente e aos produtores artesanais, e chegando à mesa, onde a convivência e a celebração são fundamentais.
