I Encontro de Mulheres Quilombolas de Viçosa e região é realizado na sede do CTA

O encontro, que aconteceu nos dias 27 e 28/05, foi organizado pelas integrantes da Rede de Saberes dos Povos Quilombolas da Zona da Mata: Carina Veridiano, Liliane Laine Silva, Cleonilde (Nina) Alves, Nicilene do Nascimento e Julius Keniata, com o apoio de Alessandra Bernardes e Rute Santos (representando a equipe técnica do CTA). Debater sobre a formação dos quilombos no Brasil e sobre a agricultura familiar, a agroecologia e os modos de produção nos quilombos, além de falar sobre o movimento quilombola e as iniciativas de luta e organização coletiva regional (Rede Sapoqui), estadual (Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais N’Golo), e nacional (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos – Conaq) foram alguns dos objetivos.

As organizadoras ainda destacaram que um ponto central da realização deste encontro foi reunir mulheres quilombolas para avançar na luta e nas suas reivindicações. “A gente sabe que numa comunidade, com um coletivo organizado, a gente consegue chegar mais longe e esse espaço com as mulheres foi uma oportunidade de dialogar, da gente se ouvir, e funcionou mais como um espaço de formação mesmo, porque nós precisamos de espaços formativos para entender quem nós somos, quais são nossos direitos e como podemos avançar na nossa caminhada e nas nossas conquistas também”, disseram.

Durante as rodas de conversas, as mulheres também compartilharam muitos relatos de racismo que vivenciaram e continuam vivenciando cotidianamente nas instituições e nos espaços de encontros que participam, por exemplo. “A gente sabe que a sociedade é racista e que a gente precisa avançar com essa questão, mas a gente só vai avançar quando a gente entender quem nós somos, os nossos direitos e saber como a gente se organiza para debater e sensibilizar a população e a sociedade, porque ninguém nasce racista, se torna. Então quando a gente tem uma educação que engloba os povos quilombolas, os povos indígenas e quando as crianças já vêm conhecendo tudo isso, a gente consegue ter uma sociedade mais sadia e mais consciente”, afirma Carina Veridiano.

Além da Rede Sapoqui e do CTA, o encontro contou com o importante apoio e incentivo do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia, e serviu como preparatório para o I Encontro Nacional das Mulheres Negras, Indígenas e Quilombolas da Agroecologia, que será realizado em São Luís no Maranhão, entre os dias 08 e 10 de junho.

“A gente tá realizando esse espaço maravilhoso e falando também da agroecologia e dos nossos modos de produção porque é muito importante a gente entender que temos nossos modos próprios de fazer, e entender também que hoje a gente tem um movimento grande da agroecologia, que tem um peso, e que a gente precisa também estar nesses espaços, falando, dialogando e colocando quem a gente é e reforçando isso cada dia mais”, ressaltam as organizadoras do evento.

Autor: Wanessa Marinho

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