
As temáticas relacionadas às infâncias e suas relações com a natureza, de forma agroecológica, inspiraram o I Encontro Regional "Criança Natureza - Verdejar as escolas, brincar a Natureza e viver a Agroecologia". Realizado entre os dias 29/11 e 01/12, no Auditório do Departamento de Engenharia Florestal (DEP) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o encontro reuniu mais de 170 participantes.
Para Gandhy Piorski, pesquisador do brincar e das infâncias, é central a revisão sobre a relação das pessoas com o mundo, muito ainda baseada na racionalidade, diferente das crianças durante as infâncias. “Esse modo de brincar a vida, de se relacionar com ela, de forma encantada as coisas, de ver encanto nas coisas. Ele é uma linguagem, uma ciência e um saber. E para respeitarmos isso na criança, precisamos nos reeducar, para entender essa linguagem. É um movimento de compreender o conhecimento de outra forma”, disse.
Além disso, o pesquisador ressalta o "prazer" de participar do evento. “É muito bonito ver esse movimento todo, importantíssimo. De trazer reflexões para a natureza, olhar o ser humano como natureza. Entendermos que a vida não está só nas árvores e nos animais, mas está em nós também. Nós fazemos parte dessa vida e podemos construir, a partir disso, lentes pedagógicas a partir dessa visão”.
Oficinas Brincantes
A programação do evento ainda contou com diversas oficinas, que tinham entre os seus objetivos formar as educadoras e educadores com metodologias de arte-educação para serem aplicadas em seus espaços de trabalho.
As Infâncias no Movimento Agroecológico
Dora Feital, coordenadora do Programa Educação e Agroecologia do CTA-ZM, compartilhando sobre a trajetória da temática das infâncias dentro do movimento agroecológico, ressalta o avanço e a importância da inserção das atividades com crianças no movimento, não somente como rede de apoio em relação ao cuidado, mas, como espaços formativos para as crianças dentro da agroecologia.
“Nós inicialmente também falávamos: ‘A criança é o futuro!’. Mas ela tem que ser o agora e aqui, e tem que estar na formação, experienciando. Então é isso que a gente vem tentando, colocar a criança como protagonista da agroecologia, dentro do movimento agroecológico”.
Autora: Michele Sotero
Fotos: Michele Sotero e Vanessa Maciel