No primeiro semestre, a equipe Curupira visitou as dezenas de escolas parceiras, realizando as atividades de arte e educação ambiental com crianças e adolescentes a partir da cartilha sobre “Combate ao Racismo Ambiental”, tema trabalhado este ano pelo projeto (você encontra a cartilha aqui).
A proposta para este segundo semestre é que as escolas visitem a sede do CTA, para um dia lúdico, de muita imaginação, diversão e brincadeiras, apesar do debate ser sobre um tema tão sério. Para tanto, a equipe criou um universo mágico, onde a personagem Curupira, que protege as florestas, descobre que o ser humano está destruindo a natureza através de incêndios, muita sujeira e poluição. É então que a Curupira encontra um benzedeiro indígena Puri e juntos vão salvar a floresta. Mas, para salvar a floresta, ela precisa resgatar a sua identidade, e é aí que ela faz a passagem pelos quatro elementos (ar, terra, água, fogo) buscando se fortalecer.
Divididas em grupos, as crianças também vão vivenciando esta aventura e desenvolvendo atividades nos Bondes da Terra, da Água, do Fogo e do Ar. É no Bonde da Terra, por exemplo, que elas vão ter contato com as plantas medicinais cuidadas por uma ancestral quilombola. Enquanto no Bonde da Água, elas se deparam com um rio sujo. “A Curupira mergulha nesse rio pra salvar os seres aquáticos e se depara com vários peixes contaminados. É nesse momento que as crianças realizam a pescaria e, cada peixe que pescam, atrás está escrito “saudável” ou “contaminado” e aí elas percebem que a maioria dos peixes está contaminada”, explica Flávia Santos – coordenadora do Curupira.
Cada bonde tem uma criança como representante e a atividade é finalizada com as crianças compartilhando o que mais gostaram e o que aprenderam. Depois é a hora do delicioso lanche do CTA, da foto final, e de entrar no ônibus para voltar para a escola e contar para colegas e família as vivências do dia.
Para Luciana Marques, professora há quase 20 anos, “é um aprendizado pra vida toda”. Ela destaca que as crianças já estudam essas questões nas aulas de ciência, de geografia, mas que a vivência proporcionada pela equipe Curupira permite que elas percebam tudo com outro olhar. “Para eles, enquanto sujeitos ativos, o que essa experiência traz de resultados é mudar a perspectiva que eles têm. Na sala de aula a gente pode falar pra não jogar o lixo no chão, mas vindo pra um ambiente como o CTA eles veem como é o cuidado na prática, e a importância de respeitar o território que também faz parte de nós enquanto seres desse planeta”, afirma.
Autor: Wanessa Marinho