No lançamento, as mulheres enfatizaram a relevância do Programa de Quintais Produtivos anunciado pelo MDA como uma resposta às demandas da Marcha das Margaridas de 2023. Contudo, ressaltaram a necessidade de um programa que apoie o trabalho nos quintais em sua complexidade, uma vez que são ambientes ricos em diversidade, abrigando plantas medicinais, hortaliças e plantas ornamentais, promovendo a segurança e soberania alimentar, além de contribuir para a saúde das famílias e das comunidades.
Elas também aproveitaram a oportunidade para alertar que a concepção de Quintais Produtivos – com foco apenas na produção - precisa ser superada, porque esses também são espaços de experimentação para as mulheres e jovens. “É o espaço onde as crianças brincam e onde são feitas as reuniões de organizações e movimentos sociais para construir estratégias de luta. Os quintais também representam uma forma de resistência às mudanças climáticas e ao uso de agrotóxicos”, afirmaram.
Um Quintal não existe sem uma casa! Nesse sentido, as mulheres presentes destacaram que uma política que apoie o trabalho nos Quintais também precisa reconhecer o trabalho doméstico e o trabalho de cuidados socioambientais realizado por elas, como central. Além disso, elas também enfatizaram que é preciso uma política dos “Quintais do Bem Viver”, que reconheça a diversidade e a importância dos quintais para os diversos aspectos da vida e que beneficie mais mulheres.
As/o representantes do MDA ouviram atentamente as questões apresentadas pelas agricultoras e apresentaram algumas ações do MDA que dialogam com as demandas das mulheres e com o fortalecimento do Polo Agroecológico e de Produção Orgânica da Zona da Mata. A plenária de lançamento do Projeto Quintais Produtivos da Região Sudeste foi finalizada com uma poesia sobre os Quintais declamada por Valentina, uma criança de 8 anos do município de Divino/MG.
Autor: Roberta Cardoso