No Brasil é possível encontrar sementes de milho e de outras espécies transgênicas sendo comercializadas. Essas plantas passaram por uma alteração genética para resistirem aos agrotóxicos e a algumas doenças. Diferentes dessas, as sementes crioulas tem o material genético intacto e preservam a história e a natureza, além de não prejudicarem a saúde.
Durante a VII Troca de Saberes foi feito um teste com amostras de sementes de milho de oito agricultores para saber se elas eram crioulas ou transgênicas. O chamado teste de transgenia foi aplicado pela representante da Embrapa, Patrícia Bustamante. Ela explica como funciona o processo: “O teste é feito com fitas produzidas em laboratórios que detectam os eventos de transgenia. Elas são específicas para cada evento de transgenia. você macera as sementes que quer testar, mistura em um pouco de água e coloca as fitas nessa solução. O resultado sai de cinco a dez minutos com uma boa precisão”.
Se a semente for transgênica aparecerão dois riscos na fita que ficou imersa na solução, se for crioula apenas um risco será indicado na fita. O teste feito com a amostra dos agricultores na Troca de Saberes apontou que todas eram crioulas, o que não surpreendeu o senhor Joaquim Vicente de Paula, agricultor da comunidade de Barbosa, no município de Sem Peixe. “Eu posso falar que elas não são transgênicas mesmo porque o pessoal já vem trabalhando com elas há mais de 10 anos e tem semente que outras pessoas trouxeram que é igual a que eu tenho em casa”, reforça.
Joaquim também dá dicas de como evitar a contaminação das sementes. “Se o agricultor tiver algum vizinho que planta transgênico é preciso plantar depois dele para evitar a contaminação; também não pode armazenar sementes crioulas junto de transgênicas; e sempre separar a semente para a próxima plantação na hora da colheita ainda na lavoura”.
Representantes da Embrapa e técnicos do CTA ressaltaram a importância dos agricultores auto declararem que suas propriedades são livres de transgênicos para valorizarem o trabalho de proteção e respeito à natureza que eles fazem ao preservarem essas sementes, e também para fortalecer o movimento contra o uso de transgênicos no país.