
A experiência de Célia, de Cláudia Patrícia da Cunha, Fátima Aparecida dos Santos, Vera Lúcia da Silva, Cileimar Silva, Maria Inês da Cunha Mafia e Evanilda Aparecida - da Comunidade Córrego dos Nobres - e de Nilce Álvares Pires, da comunidade remanescente quilombola Buieié, foram contadas em um vídeo que mostra os resultados do projeto no dia a dia das participantes. O documentário está disponível no canal do CTA-ZM no Youtube.
Além das oito mulheres que aparecem no filme, outras cinco também participaram deste projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio da CHAMADA CNPq/MCTIC/MDS nº. 36/2018 – TECNOLOGIA SOCIAL (este foi o único projeto da UFV financiado pela chamada). O coordenador Alair destaca que o projeto “deu visibilidade à economia substantiva das mulheres e com isso a possibilidade de incidir em agendas públicas, demonstrando o importância das mulheres para a segurança alimentar e a necessidade de políticas públicas que as considerem como prioridade. Por meio das Cadernetas Agroecológicas tem sido possível observar que as atividades econômicas cotidianas das mulheres e seus diferentes tipos de trabalho -remunerada ou não- são protagonistas da economia familiar e comunitária e, assim, da reprodução social das famílias no campo ”.
Foi o CTA, junto com as agricultoras do Movimento de Mulheres da Zona da Mata e Leste de Minas (MMZML), quem desenvolveu esta tecnologia social, “Cadernetas Agroecológicas”, utilizada no projeto. No filme produzido, a coordenadora do Programa Mulheres e Agroecologia do CTA, Beth Cardoso, explica como surgiu e como funciona esse instrumento político-pedagógico. “Além de contribuir para o monitoramento da produção e serviços, a caderneta contribui para a autoestima e o reconhecimento das mulheres”, pontuou. Beth ainda reforçou que o trabalho com as agricultoras evidencia que “parte da resiliência da agricultura familiar e da agroecologia vem da produção para o autoconsumo que é feita pelas mulheres e ganha luz com o uso das cadernetas”.
A pesquisadora Liliam Telles destaca que os resultados do projeto apontam para a importância do engajamento dos governos e da sociedade para o apoio às mulheres enquanto geradoras de renda e segurança alimentar para suas famílias e comunidades: “A ação que a gente tem feito junto ao poder público aqui em Viçosa e no âmbito do Polo Agroecológico e de Produção Orgânica da Zona da Mata, é passar a reivindicar políticas que considerem as mulheres como agentes econômicos porque, de modo geral, o que se vê no Brasil é que quando se fala de políticas para as mulheres, principalmente no nível municipal, sempre se pensa em políticas de assistência social e nós estamos propondo, a partir desse trabalho, outra visão”.
O lançamento do documentário aconteceu durante o seminário virtual “Viçosa quer comida de verdade! Por que apoiar a agricultura familiar?”, no qual foi apresentado o projeto de lei, , de autoria da vereadora Jamille Gomes (PT), que propõe a compra institucional de alimentos produzidos por famílias agricultoras, empreendimentos rurais e grupos da economia solidária. O seminário virtual ficou gravado e também está disponível no canal do CTA-ZM no Youtube.