
Durante a tarde do dia 20 de janeiro, a equipe do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM), juntamente com membros da Rede de Saberes dos Povos Quilombolas (Rede SAPOQUI), deram início ao planejamento das próximas ações em um encontro híbrido. Dentre os objetivos do encontro estavam fortalecer e ampliar os caminhos de atuação conjunta em prol da luta do movimento quilombola.
Julius Keniata, quilombola, morador do Quilombo Buieié (Viçosa) e assessor técnico das comunidades quilombolas da Zona da Mata mineira, destaca a trajetória da Rede SAPOQUI e a importância das parcerias e apoios no desenvolvimento dos trabalhos: “A partir de parcerias e apoios de entidades que atuam junto a Sapoqui, temos realizado um trabalho de discussão, provocação e retomada da identidade quilombola em vários territórios urbanos e rurais negros (...) contribuindo para o fortalecimento da atuação do movimento negro e quilombola na defesa de seus direitos e no enfrentamento às desigualdades raciais, de gênero e de intolerância religiosa”.
A reunião contou com o balanço das atividades desenvolvidas pelas organizações com relação à temática, além dos principais desafios enfrentados no atual cenário. Nesse sentido, os encaminhamentos tem como intuito somar estruturas para a criação, ampliação e melhoria das ações em 2023 e anos futuros.
Para Isabela Pasini, assessora técnica do Programa Sociobiodiversidade do CTA-ZM, o processo de “tecer” essa rede de parcerias é fundamental na construção da Agroecologia como ciência, prática e movimento, que é a missão da organização. “A SAPOQUI tem um papel fundamental na região no sentido de pautar as demandas, questões e horizontes de luta dxs quilombolas. É nesse sentido que essa parceria é estratégica, para que o CTA possa ampliar e qualificar suas ações junto às comunidades quilombolas e, desta forma, fortalecer as comunidades e ao mesmo tempo contribuir com a visibilidade e incidência em relação às pautas quilombolas junto ao Movimento Agroecológico”.
Rede de Saberes dos Povos Quilombolas
A Rede SAPOQUI foi criada em 2015 na Zona da Mata mineira pelo FOMENE (Fórum Mineiro de Entidades Negras) e por vários sujeitos envolvidos com as comunidades quilombolas, com a missão de promover a integração entre os grupos de resistência organizados nas comunidades quilombolas para o enfrentamento ao racismo e desigualdades sociais, através de ações e assessoramento socioassistenciais, defesa e garantia de direitos, certificação das comunidades quilombolas, fortalecimento das organizações e promoção da equidade nas relações de gênero, etnicorraciais e gerações, e da melhoria da condição de vida das famílias, em todas as dimensões econômica, social, ambiental, política e cultural.
Autora: Michele Sotero