Na última segunda-feira (12), estudantes do curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal de Viçosa (Licena-UFV) estiveram presentes na sede do Centro de Tecnologia Alternativas da Zona da Mata para uma aula sobre a construção da Política Nacional de Agroecologia e de Produção Orgânica (PNAPO) e do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (GT Mulheres da ANA).
A iniciativa faz parte da disciplina ENA 205 “Políticas Públicas para o meio rural”, coordenada pelos professores Eugênio Ferrari e Márcio Silva. Ambos atuais sócios da ONG e egressos da sua equipe técnica, contam que a disciplina busca debater os processos sociais envolvidos desde a formulação do problema público a sua efetivação por meio de diretrizes e planos de ação, propondo que os estudantes sejam capazes de promover debates sobre a educação do campo e as diferentes temáticas que mobilizam os territórios.
Eugênio, um dos fundadores do CTA-ZM, compartilha os objetivos da aula através de sua trajetória na organização e na construção da PNAPO. “O primeiro deles é apresentar a PNAPO. (...) e como um dos momentos de construção se deu principalmente no Seminário Regional, feito na sede do CTA-ZM, nós achamos muito interessante trabalhar com os estudantes a história de construção dessa política, seus desafios e como é que ela foi interrompida abruptamente”, conclui.
Além desse tema, também foi abordado pela Coordenadora Executiva do CTA-ZM, Beth Cardoso, a construção do GT Mulheres da ANA. Nesse sentido, abordou a importância do foco no feminismo na construção da agroecologia, a influência do grupo de trabalho nas organizações e na construção de diversas políticas regionais e nacionais.
Para Márcio Silva, o CTA tem um papel importante na incidência de políticas públicas. “Foi um dia muito bom, pois mostramos que podemos sonhar e construir propostas que de fato podem ser pauta de discussão nos espaços de decisão política do país” e acrescenta “O fato da Beth compor o gabinete de transição discutindo políticas de desenvolvimento agrário, foi a melhor parte da aula. Ela demonstrou a partir de suas análises a importância da política pública para mudanças estruturais que o campo tanto carece”.
Autora: Michele Sotero
